Obesidade e excesso de peso: como prevenir e tratar essa epidemia global

Obesidade e excesso de peso são condições que se caracterizam por uma acumulação anormal ou excessiva de gordura que pode afetar a saúde.

Uma forma simples de medir o excesso de peso e a obesidade em adultos é o Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado dividindo o peso da pessoa em quilogramas pelo quadrado de sua altura em metros (kg/m2).

Segundo a OMS, os adultos são classificados como:

• Excesso de peso quando o IMC é igual ou superior a 25;
• Obesos quando o IMC é igual ou superior a 30.

O IMC é um indicador útil para avaliar o excesso de peso e a obesidade na população, pois é igual para ambos os sexos e para todas as idades adultas. Porém, é apenas uma referência aproximada, pois pode não refletir o mesmo grau de gordura em diferentes pessoas.

Para as crianças, é preciso levar em conta a idade ao definir o excesso de peso e a obesidade.

Crianças menores de 5 anos

Para as crianças menores de 5 anos:

• Excesso de peso é o peso para altura maior que 2 desvios padrão acima da mediana das Curvas de Crescimento Infantil da OMS;
• Obesidade é o peso para altura maior que 3 desvios padrão acima da mediana das Curvas de Crescimento Infantil da OMS.

Crianças de 5 a 19 anos

Para as crianças de 5 a 19 anos, o excesso de peso e a obesidade são definidos como:

• Excesso de peso é o IMC para idade maior que 1 desvio padrão acima da mediana da Referência de Crescimento da OMS;
• Obesidade é maior que 2 desvios padrão acima da mediana da Referência de Crescimento da OMS.

Dados sobre excesso de peso e obesidade

Alguns dados recentes da OMS são:

• Em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos com 18 anos ou mais tinham excesso de peso. Desses, mais de 650 milhões eram obesos.
• Em 2016, 39% dos adultos com 18 anos ou mais (39% dos homens e 40% das mulheres) tinham excesso de peso.
• Em 2016, cerca de 13% da população adulta mundial (11% dos homens e 15% das mulheres) eram obesas.
• A prevalência mundial da obesidade aumentou quase três vezes entre 1975 e 2016.
• Em 2019, estimava-se que 38,2 milhões de crianças com menos de 5 anos tinham excesso de peso ou eram obesas.
• O excesso de peso e a obesidade, que antes eram considerados um problema de países de alta renda, agora estão crescendo em países de renda média e baixa, especialmente em áreas urbanas.
• Na África, o número de crianças com menos de 5 anos com excesso de peso aumentou quase 24% desde 2000. Quase metade das crianças com menos de 5 anos que tinham excesso de peso ou eram obesas em 2019 viviam na Ásia.
• Em 2016, mais de 340 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos tinham excesso de peso ou eram obesos.
• A prevalência de excesso de peso e obesidade entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos cresceu de forma impressionante, de apenas 4% em 1975 para pouco mais de 18% em 2016.
• Enquanto menos de 1% das crianças e adolescentes de 5 a 19 anos eram obesos em 1975, mais de 124 milhões eram obesos em 2016.
• O excesso de peso e a obesidade estão relacionados a mais mortes em todo o mundo do que o baixo peso. Globalmente, há mais pessoas obesas do que com baixo peso – isso ocorre em todas as regiões, exceto em partes da África Subsaariana e da Ásia.

A obesidade e o excesso de peso são causados por um desequilíbrio entre as calorias ingeridas e as calorias gastas. Globalmente, houve:

• Aumento no consumo de alimentos com alta densidade energética, ricos em gordura e açúcares;
• Aumento na inatividade física devido à natureza cada vez mais sedentária de muitas formas de trabalho, mudanças nos meios de transporte e urbanização crescente.

As mudanças nos hábitos alimentares e de atividade física muitas vezes resultam de mudanças ambientais e sociais associadas ao desenvolvimento e à falta de políticas de apoio.

Para saber mais sobre obesidade e excesso de peso, você pode consultar os seguintes links de fontes confiáveis:

• Obesidade e excesso de peso – Organização Mundial da Saúde (OMS): Este link contém informações sobre as definições, as medidas, os fatos e as consequências da obesidade e do excesso de peso no mundo, bem como as formas de prevenção e controle.
• Obesidade – Organização Mundial da Saúde (OMS): Este link contém uma visão geral sobre a obesidade, suas causas, seus impactos e suas soluções, além de publicações, documentos e vídeos relacionados ao tema.
• Overweight and Obesity Evidence-Based Resources – Health.gov: Este link contém recursos baseados em evidências sobre o excesso de peso e a obesidade, como recomendações, diretrizes e intervenções para a prevenção e o tratamento dessas condições.
• Adult obesity: applying All Our Health – GOV.UK: Este link contém orientações e recursos para os profissionais de saúde que lidam com a obesidade em adultos, como dados, estratégias e ferramentas para a promoção da saúde e o cuidado integrado.

Quais são os riscos da obesidade para a saúde?

A obesidade é uma doença que envolve ter muita gordura corporal. A obesidade não é apenas uma questão estética. É um problema médico que aumenta o risco de muitas outras doenças e problemas de saúde. Alguns dos riscos da obesidade para a saúde são:

• Diabetes tipo 2: é uma doença que ocorre quando o seu nível de glicose (açúcar) no sangue está muito alto. Quase 9 em cada 10 pessoas com diabetes tipo 2 têm excesso de peso ou obesidade¹. Com o tempo, a glicose alta no sangue pode levar a doenças cardíacas, derrames, doenças renais, problemas nos olhos, danos nos nervos e outros problemas de saúde².
• Pressão alta: o excesso de peso e a obesidade podem aumentar o seu risco de ter pressão alta. A pressão alta, também chamada de hipertensão, é uma condição em que o sangue flui pelos seus vasos sanguíneos com uma força maior do que o normal. Ter um tamanho corporal grande pode aumentar a pressão arterial porque o seu coração precisa bombear mais sangue para todas as suas células. O excesso de gordura também pode danificar os seus rins, que ajudam a regular a pressão arterial. A pressão alta pode sobrecarregar o seu coração, danificar os vasos sanguíneos e aumentar o seu risco de ataque cardíaco, derrame, doença renal e morte².
• Doença cardíaca: é um termo usado para descrever vários problemas de saúde que afetam o seu coração, como um ataque cardíaco, insuficiência cardíaca, angina ou um ritmo cardíaco anormal. Ter excesso de peso ou obesidade aumenta o seu risco de desenvolver condições que podem levar à doença cardíaca, como pressão alta, colesterol alto e glicose alta no sangue. Além disso, o excesso de peso também pode fazer o seu coração ter que trabalhar mais para enviar sangue para todas as células do seu corpo².
• Derrame: acontece quando um vaso sanguíneo no seu cérebro ou pescoço é bloqueado ou se rompe, cortando o fluxo de sangue para uma parte do seu cérebro. Um derrame pode danificar o tecido cerebral e fazer com que você não consiga falar ou mover partes do seu corpo. O excesso de peso e a obesidade são conhecidos por aumentar a pressão arterial – e a pressão alta é a principal causa de derrames. Perder peso pode ajudar a baixar a sua pressão arterial e outros fatores de risco para derrame, como glicose alta no sangue e colesterol alto².
• Síndrome metabólica: é um conjunto de condições que ocorrem juntas e aumentam o seu risco de doença cardíaca, derrame e diabetes tipo 2. Essas condições incluem pressão alta, glicose alta no sangue, colesterol alto e excesso de gordura ao redor da cintura².
• Doenças hepáticas gordurosas: são doenças que afetam o seu fígado e podem causar inflamação, cicatrizes e insuficiência hepática. O excesso de peso e a obesidade podem levar ao acúmulo de gordura no seu fígado, o que pode prejudicar a sua função hepática e aumentar o seu risco de doenças hepáticas gordurosas².
• Alguns tipos de câncer: o excesso de peso e a obesidade podem aumentar o seu risco de desenvolver certos tipos de câncer, como câncer de mama, cólon, endométrio, esôfago, rim, pâncreas, vesícula biliar, tireoide, ovário, próstata e outros²³. Isso pode acontecer porque o excesso de gordura pode causar alterações nos níveis de hormônios, inflamação e outros fatores que podem afetar o crescimento e a divisão das células.
• Problemas respiratórios: o excesso de peso e a obesidade podem afetar a sua respiração e causar problemas como apneia do sono, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)². A apneia do sono é uma condição em que você para de respirar por curtos períodos durante o sono, o que pode levar a sonolência diurna, fadiga, dores de cabeça e outros problemas. A asma é uma doença que causa inflamação e estreitamento das vias aéreas, dificultando a respiração. A DPOC é um termo que engloba duas doenças pulmonares graves: bronquite crônica e enfisema. A bronquite crônica é uma inflamação dos tubos que levam o ar aos pulmões, causando tosse e muco. O enfisema é um dano aos sacos de ar dos pulmões, reduzindo a quantidade de oxigênio que chega ao sangue.
• Osteoartrite: é uma doença que causa dor e rigidez nas articulações, especialmente nas mãos, joelhos, quadris e coluna. O excesso de peso e a obesidade podem aumentar o seu risco de osteoartrite, pois colocam mais pressão e desgaste nas suas articulações. Além disso, o excesso de gordura pode causar inflamação no seu corpo, o que pode danificar as suas articulações².
• Gota: é uma forma de artrite que causa ataques súbitos e severos de dor, inchaço e vermelhidão nas articulações, especialmente no dedão do pé. A gota é causada pelo acúmulo de ácido úrico no sangue, que forma cristais nas articulações. O excesso de peso e a obesidade podem aumentar o seu risco de gota, pois podem aumentar a produção de ácido úrico no seu corpo ou diminuir a sua eliminação pelos rins².
• Doenças da vesícula biliar e do pâncreas: a vesícula biliar é um órgão que armazena a bile, um líquido que ajuda na digestão das gorduras. O pâncreas é um órgão que produz enzimas que ajudam na digestão dos alimentos e hormônios que regulam o nível de glicose no sangue. O excesso de peso e a obesidade podem aumentar o seu risco de desenvolver pedras na vesícula biliar, que são depósitos sólidos de colesterol ou pigmentos biliares que podem bloquear o fluxo de bile e causar dor, náusea e vômito. O excesso de peso e a obesidade também podem aumentar o seu risco de pancreatite, que é uma inflamação do pâncreas que pode causar dor abdominal, febre, perda de apetite e outros problemas².
• Doença renal: é uma doença que afeta a capacidade dos seus rins de filtrar o sangue e remover os resíduos e o excesso de líquido do seu corpo. O excesso de peso e a obesidade podem aumentar o seu risco de doença renal, pois podem causar ou piorar a pressão alta e o diabetes, que são as principais causas de doença renal. Além disso, o excesso de peso e a obesidade podem causar danos diretos aos seus rins, reduzindo a sua função e levando à insuficiência renal².
• Problemas na gravidez: o excesso de peso e a obesidade podem causar problemas na gravidez, tanto para a mãe quanto para o bebê. Para a mãe, o excesso de peso e a obesidade podem aumentar o risco de diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, infecções, parto prematuro, cesariana e hemorragia pós-parto. Para o bebê, o excesso de peso e a obesidade podem aumentar o risco de defeitos congênitos, macrossomia (peso elevado ao nascer), asfixia, obesidade infantil e morte fetal ou neonatal².
• Problemas de fertilidade: o excesso de peso e a obesidade podem afetar a sua capacidade de engravidar ou ter um bebê saudável. Para as mulheres, o excesso de peso e a obesidade podem causar alterações nos níveis de hormônios que regulam a ovulação, o que pode levar à infertilidade,

Como posso prevenir a obesidade?

Eu posso te dar algumas dicas de como prevenir a obesidade, que é uma doença que se caracteriza pelo excesso de gordura corporal que pode prejudicar a saúde. A obesidade pode aumentar o risco de várias outras doenças, como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, derrames, alguns tipos de câncer e outros problemas¹². Para prevenir a obesidade, é importante ter hábitos saudáveis, como:

• Ter uma alimentação saudável, baseada em alimentos in natura, como frutas, verduras, legumes, grãos, carnes magras, ovos, leite e derivados. Evitar alimentos ultraprocessados, ricos em gordura, açúcar e sal, como fast foods, refrigerantes, doces, salgadinhos, biscoitos, bolos, etc¹²³.
• Praticar atividades físicas regularmente, de acordo com a sua idade, condição física e preferência. O ideal é fazer pelo menos 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana, além de exercícios de fortalecimento muscular duas vezes por semana¹²³.
• Controlar o consumo de álcool, que é uma fonte de calorias vazias e pode prejudicar o funcionamento do fígado, do pâncreas e do cérebro. O limite recomendado é de até uma dose por dia para mulheres e até duas doses por dia para homens¹².
• Beber bastante água, pelo menos dois litros por dia, para manter o corpo hidratado, regular o funcionamento dos rins e evitar a retenção de líquidos. Evitar bebidas açucaradas, como sucos industrializados, refrigerantes, chás e cafés adoçados¹³.
• Ter um sono adequado, dormindo pelo menos sete horas por noite, em um ambiente escuro, silencioso e confortável. O sono é essencial para regular os hormônios que controlam o apetite, o metabolismo e o humor. A falta de sono pode aumentar a fome, a vontade de comer alimentos calóricos e o estresse¹².
• Monitorar o seu peso e o seu IMC, que é um índice que relaciona o peso com a altura. O IMC normal é entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Acima de 25 kg/m2, há excesso de peso, e acima de 30 kg/m2, há obesidade. Você pode calcular o seu IMC usando a fórmula: peso (em quilogramas) dividido pela altura (em metros) ao quadrado¹².
• Buscar apoio profissional, se necessário, para orientar o seu plano de prevenção ou tratamento da obesidade. Um médico pode avaliar a sua saúde geral, solicitar exames, prescrever medicamentos e encaminhar para outros especialistas, se for o caso. Um nutricionista pode elaborar um plano alimentar personalizado, de acordo com as suas necessidades, preferências e objetivos. Um educador físico pode indicar os melhores exercícios para o seu caso e acompanhar o seu desempenho. Um psicólogo pode ajudar a lidar com as questões emocionais que podem estar relacionadas ao seu peso, como ansiedade, depressão, baixa autoestima, compulsão alimentar, etc¹²⁴.

Espero que essas dicas sejam úteis para você. Lembre-se de que prevenir a obesidade é uma forma de cuidar da sua saúde e do seu bem-estar. Se você quiser saber mais sobre o assunto, você pode consultar os links abaixo:

• Por que prevenir e cuidar da obesidade? — Ministério da Saúde
• Hábitos saudáveis são fundamentais para prevenir a obesidade
• Principais medidas para a prevenção e o controle da obesidade